Câncer: 70 mil niteroienses não fizeram exames em 2021
Niterói – RJ 9/2/2022 –
Dados da Dasa e do CHN mostram população que está em um gap de cuidados para tumores colorretais, de mama, próstata e útero
No mês Mundial de Combate ao Câncer, marcado pela conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, dados da Dasa e do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) mostram que, em 2021, 71.144 mil pessoas em Niterói podem ter deixado de fazer exames capazes de rastrear e diagnosticar precocemente cânceres colorretais, de mama, próstata e útero.
O levantamento – feito pela área de Data Analytics da rede – aponta os percentuais da população niteroiense com idade e/ou indicação clínica definidas pelas sociedades médicas que estão em um gap de cuidados, ou seja, aqueles que podem não estar em dia com os testes no último ano nas unidades da Dasa.
Segundo o mapeamento, 98% da população de Niterói com indicação clínica não realizou o exame de sangue oculto, que avalia a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes – que podem ser imperceptíveis –, e é muito utilizado para indicar câncer colorretal, segundo o oncologista do CHN, dr. Victor Machado.
A análise revela ainda que a realização de mamografia está em defasagem: 92% de mulheres deixaram de fazer o exame de rastreio ou diagnóstico para o câncer de mama no último ano.
Já o teste do Antígeno Prostático Específico (PSA), utilizado para a detecção do câncer de próstata, apresentou um gap de 64% de homens com idade elegível e indicação médica para realizar a investigação que estão em falta com o acompanhamento médico. Por último, os dados apontam uma lacuna de 80% para a realização do exame de Papanicolau, conhecido como preventivo, cuja principal função é o diagnóstico inicial de câncer do colo do útero.
Victor Machado avalia os dados com preocupação, já que a população deixou de buscar exames básicos e de rotina durante a pandemia. “Esses exames são importantes no rastreio ou diagnóstico precoce dos cânceres, por isso é fundamental a realização periódica conforme a indicação médica. A detecção da doença em estágios iniciais é essencial para aumentar a chance de cura, que pode chegar, por exemplo, a mais de 90% para casos de câncer de mama”, afirma o oncologista.
O médico explica que, nas consultas de rotina, os pacientes recebem as orientações sobre quais exames devem ser realizados, de acordo com sua idade, condição clínica e alterações encontradas em sua história e no exame físico e por isso, é necessário estar com exames e consultas em dia.