ONGs buscam alternativas para sobreviver durante a crise da Covid-19
São Paulo – SP 22/6/2021 –
Com a diminuição das doações, a fundadora do Santuário Animal Sente, a artista plástica, cantora e escritora Nana Índigo, começou a se dedicar a criar e vender suas obras para gerar receita e conseguir cuidar dos animais.
A crise causada pela pandemia da Covid-19 afetou também as ONGs no Brasil e no mundo e muitas instituições encontraram dificuldades para sobreviver, já que a maioria depende de doações para se manter. De acordo com o Monitor de Doações, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), no início da pandemia foi registrada uma grande mobilização, ultrapassando o total de R$ 6 bilhões em doações, mas a partir de junho de 2020, houve muita desaceleração nas doações. Segundo estudo coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partner, 7 em cada 10 ONGs sofreram queda na arrecadação. Além disso, 9 em cada 10 diminuíram as atividades ou encerraram os trabalhos.
De acordo com o estudo das consultorias, 70% das ONGs brasileiras indicaram uma redução expressiva na entrada de recursos. A saída para sobreviver em meio à crise foi usar a criatividade, como é o caso do Santuário Animal Sente de Cotia (SP), que encontrou na arte uma forma de seguir atendendo aos mais de 250 animais que vivem no local. Com a diminuição das doações, a fundadora da ONG Associação Vegana de Conscientização e Libertação Animal, a artista plástica, cantora e escritora Nana Índigo, começou a se dedicar a criar e vender suas obras para gerar receita e conseguir cuidar dos animais. “Fui diagnosticada tardiamente com autismo e hoje vejo o quanto da minha vida foi expresso através da literatura, porque o autista se expressa melhor escrevendo e fazendo arte. Assim, uso isso para manter minha atuação junto à causa animal”, disse Nana Índigo.
Através das vendas de suas obras de arte, ela conseguiu construir um ambulatório e comprar rações para os animais que vivem no Santuário Animal Sente, que através de uma loja online no site, comercializa os produtos da artista para arrecadar fundos e manter o funcionamento dos serviços. “Precisava muito de um espaço para os veterinários cuidarem dos animais. Cada vez mais trabalho sozinha, não tenho ninguém para ajudar. Então, através da arte consigo manter tudo funcionando. Logo depois com a criação do site do santuário montamos uma loja para comercializar minha arte e sustentar o projeto que não tem nenhum objetivo comercial, apenas proteger e salvar os animais”, disse ela.
De acordo com Nana Índigo, a ideia é arrecadar fundos para conseguir construir um mini-hospital para os animais. “São duas toneladas de alimentos, serviços veterinários e outros gastos mensais. Sustento tudo isso com as minhas obras de arte. Ao invés das pessoas fazerem doações, elas adquirem arte como aquarelas quadros, e assim são beneficiadas ao colaborar com a causa animal”, concluiu a fundadora do Santuário Animal Sente.