Dados da Firjan apontam a economia criativa como ponto-chave de desenvolvimento

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 20/8/2021 – É preciso dar estimulo às pessoas, com possibilidades de recriar o ambiente tradicional de trabalho para incentivar a cultura do empreendedorismo

Segundo especialista, a economia criativa cresce exponencialmente no interior e pode diminuir custos para empresas

Estando atento às mudanças promovidas pela globalização, é possível compreender que a criatividade é uma moeda de competição no mercado. Mas ela sempre foi o principal vetor do desenvolvimento do homem, levando-o a transformar problemas em soluções. Novos desafios de trabalho, novas possibilidades de se reinventar.

A partir desse princípio nasce um cenário em ascensão, o da economia criativa, que traz consigo a responsabilidade de promover o desenvolvimento sustentável e humano, não apenas o desenvolvimento econômico. Segundo Ana Carla Fonseca Reis, pesquisadora que escreveu o livro “Economia criativa como estratégia de desenvolvimento”, pelo Itaú Cultural, “a cultura, a criatividade e o conhecimento podem ser matérias-primas da economia criativa e os únicos recursos que não se esgotam: quanto mais utilizadas, mais se multiplica e renova”.

Segundo FONSECA (2007, p. 09) “a Economia Criativa acontece toda vez que o homem gera renda, ou fluxo econômico baseando-se em uma produção que valoriza a singularidade, o simbólico e aquilo que é intangível: a criatividade”. Isso demonstra que as empresas estão cada vez mais preocupadas em agregar valor a seus serviços, sendo essa a mudança de paradigma pós-industrialização, que alterou não apenas o trabalho, mas também as pessoas e a sociedade, que agora buscam seus próprios valores espelhados nas empresas.

Mas onde está ligação da economia criativa com o estabelecimento das startups no mercado? No sentido de novidade, disrupção, dinamicidade e o mais importante, inovação.

“O interior do Brasil virou celeiro de talentos para soluções inteligentes que potencializam o resultado de empresas, sendo ela a região que mais desenvolve alternativas sustentáveis que corroboram com iniciativas de transformação social”, como explica Clério Rios, CEO da Nível 3, empresa de tecnologia e inovação na Zona da Mata Mineira. Ele afirma ainda que “Há uma crescente expansão econômica acontecendo em cidades do Interior”, e completa “que isso se deve ao fato do mercado nas grandes capitais estarem inchados e a “interiorização” dos serviços trazer uma diminuição do custo com a mesma entrega de trabalho, dentro de um espaço que proporciona qualidade de vida aos colaboradores, com isso, se cobra um valor muito diferente dos grandes centros com profissionais incríveis para atender qualquer tipo de serviço, a tecnologia hoje consegue interligar qualquer tipo de solução”.

Como aponta a Firjan (2016), através do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, pesquisa que usa dados do Ministério do Trabalho e é desenvolvida para criar diagnósticos sobre desenvolvimento, produção e consumo, houve um aumento de 7,1% no setor em relação a dados da pesquisa de 2013,  sendo que o número de trabalhadores em Tecnologia aumentou 2,4%, com destaque para os segmentos de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) (+6,8%) e Biotecnologia (+5,7%), indicando que a combinação da filosofia de startups com a essência da economia criativa pode ser um fator-chave para desenvolvimento de países culturalmente e criativamente ricos, porém com sérias dificuldades econômicas e sociais, como é o caso do Brasil. A exploração do capital intelectual e cultural, recursos inesgotáveis, deve crescer, em relação a exploração de recursos materiais. Mas a união entre a indústria e os talentos criativos, como afirma o estudo, pode contribuir para soluções alternativas e inovadoras, oferecendo um diferencial produtivo para as empresas brasileiras.

Clério afirma ainda que “É preciso dar estimulo às pessoas, com possibilidades de recriar o ambiente tradicional de trabalho para incentivar a cultura do empreendedorismo, alinhando soft skill a hard skills”. Sendo assim, coloca-se em protagonismo nas relações de trabalho os trabalhadores, transformando os ambientes corporativos hegemônicos, em potências solidarias de desenvolvimento econômico.

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