Estudantes recebem educação tecnológica em Jundiaí (SP)

5/5/2022 – É preciso encontrar maneiras de levar essas novidades para todas as pessoas, para que todos os estudantes tenham a oportunidade de alcançar o sucesso

O projeto “Escola Inovadora” obteve o investimento de R$ 12 milhões em tecnologias digitais; para especialista, as inovações devem acompanhar as mudanças no processo de aprendizado

Estudantes da rede municipal de ensino de Jundiaí (SP) receberam novos equipamentos de tecnologia educacional em 2022. A entrega faz parte do programa Escola Inovadora, iniciativa da UGE (Unidade de Gestão de Educação), e é resultado de um investimento de cerca de R$ 12 milhões em recursos municipais.

Entre os equipamentos, foram entregues 3.800 chromebooks – notebooks com o sistema operacional Chrome OS, do Google -, 81 carrinhos de suporte, 3.126 kits de material maker e 2.530 tablets para o programa “Estudo é Tudo!”. Os dispositivos vêm sendo utilizados para desenvolver um trabalho sobre pontos históricos do município.

Além disso, a Educação Infantil II recebeu 184 robôs educacionais, jogos de apoio às habilidades socioemocionais e telas interativas; e, recentemente, a administração municipal inaugurou o CIEBP (Centro de Inovação Educacional Básica Paulista). Segundo a administração, as tecnologias visam “a formação de uma geração maker, resolutiva e preparada para as profissões do futuro”. 

“Está cada dia mais claro que a tecnologia e a educação precisam andar juntas”, afirma Thiago Reis, diretor-executivo da Centric Learning – que atua no Brasil com o nome de WAY American School e oferece programas de High School 9-12 (do nono ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio). “Isso ficou ainda mais evidente com a pandemia, que forçou estudantes do mundo todo a estudarem de casa. Foi aí que vimos o quanto era necessário que nossos estudantes tivessem acesso a computadores, internet e ferramentas educacionais”.

Consoante à afirmação de Reis, dados do relatório “Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira 2021”, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que metade dos estudantes com idades entre 15 a 17 anos que frequentavam escolas públicas não tiveram acesso à internet e a equipamentos para acompanhar as aulas remotas durante a pandemia. Entre os jovens da mesma faixa etária matriculados na rede particular de ensino, por outro lado, 90% contaram com acesso à web e aos dispositivos necessários.

Neste contexto, para o especialista, projetos como o levado à cabo pela Prefeitura de Jundiaí são assertivos, pois dão oportunidade para que estudantes da rede pública possam usar as ferramentas a seu favor em sala de aula, e também a aprender a utilizá-los fora dela. “O que eles estão fazendo em Jundiaí é próximo do que vimos acontecer em diversos distritos escolares dos Estados Unidos, onde programas educacionais empoderam estudantes das redes públicas e particulares a alcançarem o sucesso”.

Inovações devem acompanhar as mudanças no processo de aprendizado

Para Reis, a adoção de soluções tecnológicas em instituições de ensino pode melhorar o aprendizado dos educandos, uma vez que a maneira como as pessoas aprendem mudou nos últimos anos. “Hoje, qualquer informação ou dado que está em um livro didático, por exemplo, pode ser encontrado na internet. Mas será que nossos alunos sabem fazer essa busca? Será que eles sabem usar a internet a seu favor?”, questiona.

Nesse sentido, o profissional reforça a importância de que a educação e a tecnologia caminhem juntas, e que os estudantes “possam aprender como fazer bom proveito dessa união”. Para ele, a educação vem transitando do modelo tradicional – em que estudantes apenas recebem informações -, para um modelo que põe os educandos no centro, como protagonistas do próprio aprendizado, através de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos (“Project Based Learning”, em inglês, ou PBL, na sigla convencionalmente usada por especialistas).

“Ao definir situações e problemas e oferecer aos estudantes as ferramentas tecnológicas e o conhecimento para que eles busquem soluções, as escolas ajudam a formar cidadãos preparados para uma sociedade e um mercado de trabalho em constante mudança”, diz.

Chromebooks, edtechs e metaverso

Segundo o diretor-executivo da Centric Learning, um computador com acesso à internet é um elemento básico para promover a educação do futuro. “Com isso, os estudantes já podem pesquisar, aprender e colocar em prática, escrevendo, gravando áudios e vídeos, ou criando imagens e blogs. “Algumas escolas brasileiras oferecem chromebooks, em conjunto com plataformas educacionais, onde é possível criar conteúdos para o estudo on-line”.

“Além do mais”, prossegue ele, “diversas edtechs – startups de educação – estão crescendo no mercado brasileiro com ferramentas inovadoras, que podem moldar o futuro da educação”. De fato, o número de empreendimentos do gênero no país avançou 26% durante a pandemia, conforme balanço realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil). Segundo o estudo, há cerca de 566 edtechs ativas no mercado de educação do país.

Para concluir, Reis destaca que é preciso encontrar maneiras de levar as novidades para todas as pessoas, para que todos os estudantes tenham a oportunidade de alcançar o sucesso. “Esse, provavelmente, é o maior dos desafios para o futuro próximo”.

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