É preciso mais movimento do que ergonomia para ter uma coluna lombar saudável
São Paulo, SP 1/8/2022 – Dor é multifatorial e quem permanece sob estresse, numa mesma posição por longos períodos, sedentário, dormindo mal, reúne todos os fatores para ter dor lombar.
Sair da inatividade é o que mais a coluna lombar precisa para ser saudável. Nesse tempo de ascensão do teletrabalho, muitos apostam num mobiliário ergonômico para prevenir problemas na coluna. Porém, a ciência moderna aponta uma solução mais simples e ao alcance de todos: o movimento.
Em época de ascensão do teletrabalho, a ciência aponta uma solução ao alcance de todos para manutenção da saúde da coluna lombar. Mais eficiente do que investir em móveis ergonômicos, movimentar o corpo é a principal recomendação de especialistas em tratar pessoas com dor.
Das condições musculoesqueléticas, a dor lombar é a causa número um no ranking mundial de doenças incapacitantes, à frente da depressão, segundo o Global Burden of Diseases (GBD) de 2020. No Brasil, doenças associadas à dor lombar têm sido motivo de afastamento pelo INSS nos últimos 20 anos.
Movimento ajuda a diminuir a dor lombar
Estudo publicado recentemente na Cochrane Database of Systematic Reviews, avaliou 24.486 pessoas com dor lombar crônica tratadas com exercícios e verificou que, quem passou por terapia baseada em movimento, apresentou melhora clinicamente importante da dor e da incapacidade três meses após o início do tratamento, em comparação aos participantes que não estavam sob cuidados especializados, ou realizavam terapias passivas ou utilizavam placebo.
“A dor tem causas multifatoriais. Quem permanece num ambiente estressante, seja em casa ou na empresa, por período prolongado numa mesma posição, sedentário, com má qualidade do sono, realidade de muitos brasileiros, reúne todos os fatores para desenvolver dores nas costas e em outras partes do corpo”, explica Rafael Alaiti, CEO da Tato, healthtech especializada em fisioterapia.
Alaiti é fisioterapeuta pelo Hospital das Clínicas da USP (HC-FMUSP), mestre e PhD pela USP, e esclarece que a Tato realiza um mapeamento da saúde musculoesquelética dos colaboradores das empresas parceiras a fim de rastrear problemas, dar diagnósticos e propor planos individuais de tratamento. Ao receber feedback dos pacientes, sua equipe constata exatamente o que a literatura científica tem comprovado: “as pessoas e empresas podem até trocar os móveis por algo mais confortável, mas os problemas não melhoram enquanto não há tratamentos com terapias ativas e novos hábitos de vida”, adverte o especialista.
Recente revisão sobre dores lombares, divulgada no British Journal of Sports Medicine, revelou que movimentos terapêuticos são eficazes e devem ser incorporados aos cuidados para a coluna pois melhoram não apenas a dor, a função física e a força muscular, mas também a saúde mental.
Prevenção e tratamento
Para quem sofre de dores na coluna, a recomendação de Rafael Alaiti é procurar um fisioterapeuta ou médico e passar por uma avaliação para, a partir daí, iniciar um tratamento individualizado ou uma atividade física adequada à condição de saúde saúde e à sua preferência.
Por sua vez, quem pretende prevenir as temidas dores lombares ou no pescoço e demais áreas do corpo, a orientação do fisioterapeuta é: “manter-se em atividade regular, seja ela qual for”.