Pacientes que retiram câncer de pele na face necessitam de reconstrução no local
Curitiba – PR 30/9/2022 – Independentemente da complexidade de uma reconstrução, todas devem ser realizadas de forma minuciosa para atingir os melhores resultados possíveis
A reconstrução após remoção de câncer de pele na face é tema de publicação inédita lançada, em São Paulo.
A cirurgia micrográfica de Mohs é considerada a técnica mais precisa para a remoção das principais formas de câncer de pele, especialmente quando localizado na face. Segundo especialistas, cerca de 95% dos pacientes que passam pela retirada de um carcinoma basocelular (CBCs) – o câncer de pele mais comum no Brasil e no mundo – localizados na face, necessitam de reconstrução para reduzir o impacto da ferida.
A remoção pode ser realizada com a cirurgia de Mohs – que examina 100% das margens durante a cirurgia logo após a sua remoção-, ou através da técnica convencional, que examina entre 1% a 5% das amostras das margens dias após a cirurgia.
Por essa razão, na cirurgia convencional, remove-se uma “margem de segurança” de pelo menos 4 milímetros (mm) ao redor do tumor. Já na cirurgia de Mohs, por outro lado, inicia-se com 1 a 2 mm e, se necessário, remove-se mais tecido apenas no local acometido pelo câncer de pele.
Quando comparada com a cirurgia convencional, a cirurgia de Mohs tem grandes vantagens como maior taxa de cura, já que 100% das margens cirúrgicas são analisadas durante o procedimento, preservação da pele sadia e melhores resultados estéticos e funcionais.
“Além de propiciar a taxa de cura mais alta, a retirada apenas do tecido acometido pela doença, preservando pele sadia e gerando menores cicatrizes, é o diferencial da Cirurgia de Mohs. Isso torna, muitas vezes, o tratamento de escolha do paciente para a retirada de CBCs localizados em áreas nobres da face como nariz, pálpebras, lábios e orelhas”, explica o médico dermatologista, especialista em Cirurgia de Mohs, Felipe Cerci.
Segundo ele, no entanto, é fundamental o domínio das técnicas de reconstrução das feridas cirúrgicas. Pensando nisso, os cirurgiões de Mohs Felipe Cerci (PR) e Bruno Fantini (SP) escreveram o primeiro livro do Brasil – intitulado “Retalhos e Enxertos em Cirurgia Micrográfica de Mohs” – destinado a médicos que atuam na cirurgia do câncer de pele. A publicação contou com a contribuição de especialistas dos Estados Unidos, Suíça, Espanha, Portugal e Colômbia.
Público
Já o cirurgião de Mohs, Bruno Fantini, esclarece que o enfoque principal é abordar diferentes técnicas para a reconstrução de feridas cirúrgicas decorrentes da remoção do câncer de pele. “O rosto é uma área muito exposta ao sol, sendo frequentemente acometido por carcinomas, então nosso trabalho é focado na reconstrução da face, couro cabeludo e orelhas. Esta obra é capaz de auxiliar a todos os médicos que atuam no tratamento cirúrgico do câncer de pele, com uma linguagem acessível para o residente, mas também com conteúdos que agregam ao cirurgião de nível moderado e avançado, abordando complexas reconstruções”.
Um dos destaques é o grande volume de fotos intraoperatórias, que permite ao leitor visualizar os principais passos das reconstruções na face. Ao todo, são 1.484 fotos e 40 ilustrações. “A falta do passo a passo durante o reparo das feridas é comum em livros e dificulta o aprendizado. Nós procuramos oferecer uma sequência de fotos que facilitam o entendimento das reconstruções pelo leitor. Assim, conseguimos atingir o nosso principal objetivo com o livro, que é compartilhar o conhecimento para poder beneficiar pacientes por todo o país”, explica Cerci.
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