Brasil tem 12,3 milhões de adultos convivendo com diabetes
São Paulo, SP 30/6/2022 – A nossa proposta é fechar o mais rápido possível a lesão de um idoso diabético para que não chegue ao processo de amputação.
Segundo pesquisa, entre 2020 e 2021, o percentual de novos casos aumentou 11,47% em adultos com mais de 18 anos. Em todo mundo, o número de pessoas convivendo com a doença chegou a 537 milhões e, segundo estimativas, vai alcançar 643 milhões até 2030. Profissional de saúde detalha técnica que vem sendo usada para amenizar um dos principais desconfortos causados pela doença, a difícil cicatrização de feridas ou lesões.
O dia 26 de junho é lembrado no Brasil como o Dia Nacional do Diabetes. Em 2021, havia pelo menos 9,1% da população vivendo com a doença nas capitais brasileiras, segundo a última edição da pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico (Vigitel 2021), do Ministério da Saúde, divulgada em abril passado.
A estimativa é que, atualmente, cerca de 12,3 milhões de brasileiros estão diagnosticados com a doença, segundo o Ministério da Saúde. Em relação a novos casos, de acordo com a última edição da Vigitel, o aumento entre 2020 e 2021 foi de 11,47%. Para a pesquisa foram ouvidas, entre os meses de setembro de 2021 e fevereiro 2022, 27.093 pessoas com mais de 18 anos residentes nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Em todo mundo, o número de pessoas com diabetes diagnosticada em 2021 era de 537 milhões. De acordo com as estimativas da International Diabetes Federation (IDF), a doença vai atingir 643 milhões de pessoas em 2030 e 783 milhões até 2045. Segundo a entidade, em 2021, a doença matou 6,7 milhões de pessoas, o que corresponde a uma morte a cada cinco segundos.
Apesar da seriedade de seus efeitos e ainda sem cura, a diabetes é controlável e novos estudos vêm demonstrando métodos e técnicas eficazes para amenizar as suas consequências. A enfermeira Daiana Rosete Barros Santana explica uma das técnicas que vêm sendo utilizadas no tratamento de feridas de pacientes com diabetes, especialmente os mais idosos, é o uso de uma terapia que consiste em fazer uma aplicação controlada de pressão negativa por meio de uma espuma de poliuretano, que é ajustada ao tamanho e profundidade da lesão. A técnica, segundo a profissional que tem experiência no tratamento de diabéticos, acelera o processo de cicatrização da ferida.
“Após a aplicação da espuma, a lesão é fechada por um filme transparente e toda a área é ligada a um aparelho, que controla a frequência e graduação do vácuo, impedindo a entrada de ar. Essa terapia aumenta o fluxo sanguíneo, remove fluídos da lesão, estimula o crescimento de tecido de granulação, aproxima as bordas da ferida e, com isso, acelera o processo de cicatrização”, explica.
De acordo a Vigitel 2021, a incidência de diabetes vai aumentando conforme a idade e, por isso, o número de casos é maior entre idosos. Para esses pacientes, a terapia da pressão negativa é indicada pela rapidez do tratamento, diminuindo o tempo de cicatrização de feridas, evitando possíveis amputações. “A nossa proposta é fechar o mais rápido possível a lesão de um idoso diabético para que não chegue ao processo de amputação, mudando toda a rotina dele, alterando drasticamente a sua qualidade de vida, podendo ficar restrito a uma cadeira de rodas ou acamado”, comenta Daiana Santana.
Outra vantagem da técnica é a economia de recursos para o tratamento, devido ao menor tempo de internação para o tratamento de feridas ou lesões graves em diabéticos. “É claro que a doença de base precisa também ser controlada, mas é um tratamento considerado, na maioria das vezes, rápido, eficaz e que também se comprovou ser econômico para o hospital. A terapia proporciona uma reabilitação e alta hospitalar mais precoce, na maioria dos casos”, detalha a enfermeira, que tem mais de 10 anos de experiência na área.
A cada ano, dados estão mais alarmantes sobre diabetes, mostra pesquisa da IDF
A última edição do Atlas da Diabetes, organizado pela International Diabetes Federation, mostra que o aumento dos casos de diabetes confirma as estimativas feitas há dez anos para o ano de 2030. Os dados mostraram que três a cada quatro adultos com diabetes vivem em países de baixa e média renda. O maior número de casos é encontrado na região do Pacífico Ocidental, onde estão 206 milhões dos adultos acometidos pela doença.
Em segundo lugar no número de casos vem a região do Sudeste da Ásia, com 90 milhões de casos, seguido do Oriente Médio e Norte da África, com 73 milhões. A Europa possui 61 milhões e na América do Norte e Caribe vivem 51 milhões de pessoas com a doença. Nas Américas Central e do Sul o número de pessoas com diabetes alcançou 32 milhões em 2021 e pode chegar a 49 milhões em 2045, um aumento de 50% dos casos. A região com menor número de casos é o restante da África, onde estão confirmados 24 milhões portadores da doença.
De acordo com informações da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, pacientes com histórico familiar de diabetes devem manter o peso normal; não fumar; controlar a pressão arterial; evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas e praticar atividade física regular.