Prêmio “Não Aceito Corrupção” anuncia vencedores

São Paulo, SP 1/8/2022 – Somente a mobilização da sociedade civil poderá gerar mais eficiência para controlar esse mal que corrói empresas, governos e pessoas

Em solenidade com 300 convidados no Teatro CIEE, os ganhadores nas categorias Jornalismo Investigativo; Governança corporativa; Projetos Acadêmicos; e Tecnologia receberam troféus das mãos de personalidades presentes por se destacarem na luta anticorrupção no país

Na noite desta última quarta-feira (27/07) o Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) comemorou 7 anos de fundação premiando trabalhos, pesquisas e ações com grande relevância na luta anticorrupção no país.

“Nossa luta inclui o restabelecimento em sua integridade de todas as ferramentas de combate à corrupção como a Lei da Improbidade e a Lei da Ficha Limpa entre outras para retomar o controle da corrupção no Brasil”, destacou Roberto Livianu, presidente do INAC e procurador de justiça criminal do Ministério Público de São Paulo.

Estadão vence na categoria Jornalismo Investigativo

Venceu a série de reportagens intitulada “A corrupção e a má gestão no MEC durante o governo Jair Bolsonaro”, dos jornalistas André Shalders, Breno Pires, Julia Affonso, Felipe Frazão e Renata Cafardo. Com esta série de reportagens, o Estadão revelou a influência da dupla de pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. As apurações do jornal mostraram pela primeira vez os pedidos de propina em barras de ouro e por meio da impressão de Bíblias com a foto do ex-ministro, resultando na demissão do mesmo. No FNDE, a série de reportagens provocou diminuição de mais de R$ 500 milhões em uma licitação para a compra de ônibus escolares, além de mostrar a evolução patrimonial descabida de diretores da autarquia, fato atualmente investigado pelo Ministério Público Federal. As reportagens também trouxeram à luz a atuação de consultores suspeitos de tráfico de influência, além da falta de critérios técnicos para a liberação de verbas do órgão.

Governança Corporativa premia Grupo Elfa

Ganhou o projeto “Inteligência Artificial como instrumento a favor da comunicação e gestão de compliance”, do Grupo Elfa – Brasília (DF). Uma pesquisa interna de percepção de compliance realizada em 2021 verificou que 28% dos funcionários respondentes à pesquisa ainda estavam com dificuldades em acessar as informações oriundas da área de Compliance. Tal indicador expôs um problema, e, portanto, uma oportunidade de melhoria na eficácia do sistema de comunicação. A solução pensada pelo Grupo Elfa foi o desenvolvimento de um chatbot, um aplicativo com capacidade de inteligência artificial (IA) que pode interagir com um usuário humano em sua linguagem natural. Os chatbots permitem a comunicação por texto ou áudio em sites, aplicativos de mensagens, aplicativos móveis ou telefone. Com isso, chegaram a resultados que permitirão maior acesso aos mecanismos de gestão de compliance, como também um maior número de dúvidas/reportes de temas sensíveis serão atendidos.

Aluno da FGV vence na categoria Projetos Acadêmicos

Destaque para o trabalho “Transparência fiscal explica a percepção da corrupção, mas democracia importa!” de autoria de Welles Matias de Abreu, da Fundação Getulio Vargas – São Paulo (SP), orientador Ricardo Correa Gomes. Este estudo objetiva verificar a influência do fator democracia nos resultados de combate à corrupção a partir da perspectiva da transparência fiscal. A pesquisa é ex-post-facto, baseada em regressão multivariada de dados em painel de 110 países com 6 anos e 524 observações. Conclui-se que, conforme a condição democrática de um país, a transparência fiscal pode impactar de maneira diferente o resultado da percepção da corrupção. Nos países não democráticos praticamente não se nota alteração do grau de percepção da corrupção mesmo com as mudanças do nível de transparência. Por outro lado, nos países democráticos apresentam variações diretamente proporcionais, significativas e com alto grau de explicação entre as variáveis transparência fiscal e percepção da corrupção. Sobre as implicações práticas provindas da presente pesquisa, conclui-se que a percepção da corrupção depende da relação dos níveis de transparência fiscal e da maturidade das instituições democráticas de um país. Portanto, as ações transparentes devem ser desenvolvidas, sinergicamente, com as ações democráticas (eleições livres, governo efetivo, participação política, cultura política e liberdade civil) com vistas a combater a corrupção.

Alunos das Faculdades Cene e Univesp vencem na categoria Tecnologia

“Revelagov para Covid”, dos autores Barbara Krystall Mota, da Faculdade Cene em São Paulo e Rafael dos Anjos, da Univesp Unidade Sertãozinho (SP) levam o 1º lugar nesta categoria. Trata-se de uma análise de perícia e rastreabilidade por inteligência artificial, realizada por mais de 18 robôs em diversas bases de dados, que examina todas as compras relacionadas à Covid-19, com grande enfoque nos níveis municipal, estadual e federal.

Website: https://www.naoaceitocorrupcao.org.br

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