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Drogarias de todo país enfrentam falta de medicamentos, revela pesquisa do CFF

São Paulo 8/11/2022 – Na drogaria, nosso papel vai muito além de pegar o medicamento na prateleira e colocar na cesta do cliente

Os medicamentos classificados como antimicrobianos foram os mais citados como em falta nas prateleiras, segundo pesquisa realizada com farmacêuticos de 26 estados e do Distrito Federal

Um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CCF) mostrou que há desabastecimento de medicamentos essenciais em farmácias do país, tanto públicas quanto privadas. A sondagem, feita com 683 farmacêuticos de 26 estados e do Distrito Federal, mostrou que 95,1% deles relataram a falta de antimicrobianos, como amoxicilina, metronidazol, azitromicina e cefalexina, entre outros.

A pesquisa, realizada por meio de formulário e respondida de forma voluntária, indicou também a falta de mucolíticos (81,2% dos relatos), dos anti-histamínicos (76%), dos analgésicos (70%) e de outras classes de medicamentos, citada por 65,1% dos farmacêuticos.  Segundo o CFF, a falta de medicamentos usados no tratamento de infecções respiratórias, como amoxicilina, acetilcisteína, ambroxol e dipirona coincidiu com o período de inverno, o que causou transtornos aos pacientes e profissionais de saúde.

Escassez de mercado, alta demanda não esperada, problemas com fornecedores e preços altos impraticáveis foram alguns dos motivos citados para a falta dos medicamentos nas prateleiras de farmácias. Questionados sobre que providências vêm tomando para contornar o problema, a maioria dos farmacêuticos (70%) disse não conseguir encontrar uma solução. O restante dos profissionais citou medidas como limitar a quantidade adquirida por paciente, solicitar ao paciente retorno ao médico, tentar a substituição de medicamentos e reforçar no pedido aos fornecedores, entre outros.

Administrar o estoque de medicamentos de farmácias de unidades de saúde e de estabelecimentos particulares é uma das principais responsabilidade de farmacêuticos. Para quem atua em drogarias, as responsabilidades se ampliam de acordo com a demanda dos clientes, como explica a farmacêutica clínica Raíza Cintra Conceição Fermino.

“Na drogaria, nosso papel vai muito além de pegar o medicamento na prateleira e colocar na cesta do cliente. Nós somos, por exemplo, os últimos profissionais que podem ser barreiras de erros, pois durante a dispensação podemos perceber erros de medicação, possíveis interações entre os medicamentos. Também podemos orientar o paciente quanto ao uso e tirar as dúvidas sobre possíveis efeitos adversos”, esclarece.

Ela completa que, se no passado esse tipo de estabelecimento era visto como um simples comércio de medicamentos, hoje, por conta da obrigatoriedade da presença de farmacêuticos em cada unidade, os clientes podem ter acesso a outros serviços. “Hoje as drogarias são consideradas um estabelecimento de saúde, onde é vendido não somente medicamentos, mas também informações e outros serviços, como por exemplo, aferição de pressão arterial, aferição da glicemia capilar (medição da diabetes)”, diz ela, acrescentando que os farmacêuticos são autorizados a fazer a aplicação de alguns medicamentos injetáveis, desde que o cliente apresente receita médica.

Outro serviço que as drogarias também são legalmente aptas a oferecer é a perfuração de lóbulo de recém-nascidos, crianças e adultos. Com oito anos atuando em drogarias, Raíza Fermino ressalta que muitos estabelecimentos possuem até mesmo consultórios dentro das unidades, onde são realizadas consultas e orientações gerais aos clientes.

“Sendo grande ou pequena, segundo a lei, a drogaria precisa ter um farmacêutico como responsável técnico. A presença do profissional também assegura um atendimento mais seguro e eficaz para a população da região onde está localizada, trazendo um relacionamento de confiança entre o estabelecimento e a comunidade”, ressalta.

Os medicamentos que mais faltaram nos últimos meses

Realizada entre os dias 20 de julho e 6 de setembro de 2022, e divulgada em 1º de novembro, o levantamento do CFF mostrou que os medicamentos que mais faltaram nas farmácias do país, de acordo com cada classe relatada por farmacêuticos, foram:  

– Antimicrobianos: Amicacina, Ceftriaxona, Levofloxacino, Amoxicilina, Cefuroxima, Meropeném, Amoxicilina + clavulanato Ciprofloxacino, Metronidazol, Axetilcefuroxima, Claritromicina, Nitrofurantoína, Azitromicina, Doxiciclina, Piperacilina + tazobactam, Cefaclor, Imipeném, Sulfametoxazol + trimetoprima e Cefalexina.

– Mucolíticos: Acebrofilina, Cloridrato de ambroxol, Guaifenesina, Acetilcisteína, Cloridrato de bromexina, Hedera Helix, Carbocisteína, Dropropizina, Levodropropizina e Cloperastina. Nesta categoria, farmacêuticos citaram mucolíticos ou antitussígenos.

– Anti-histamínicos: Bilastina, Dexclorfeniramina + betametasona, Loratadina, Cetirizina, Difenidramina, Prednisolona, Desloratadina, Fexofenadina, Prednisona, Dexametasona, Hidroxizina, Prometazina, Dexclorfeniramina, Levocetirizina.

– Analgésicos: Ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno, Paracetamol, Dipirona, Morfina e Trometamol cetorolaco.

Além desses, também foi relatada a falta de fármacos como auxiliares para anestesia, antidepressivos, eletrólitos, anestésicos locais, antidiabéticos Inibidores de bomba de prótons, ansiolíticos, antieméticos, meio de contraste, anti-hipertensivos, antigripais, pastilhas para garganta, anticoncepcionais, broncodilatadores, soluções de grande volume, anticonvulsivantes, corticoides e soro fisiológico.

Website: http://www.linkedin.com/in/farmaceutica-raíza-cintra-c-fermino

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