Diversidade e inclusão na área de Comunicação

Pingado Áudio, empresa de audiovisual, fundada na pandemia pelos sócios Luciana Novelli e Will Bone, comemora um ano de existência. Ela já nasceu com o propósito da diversidade e inclusão, sendo formada por profissionais multidisciplinares e diversos, como negros e LGBTQIA+.

Segundo alguns estudos, mais de 90% da população trans encontra-se excluída do mercado de trabalho formal. Executivos e executivas trans no Brasil podem ser literalmente contados nos dedos.

A travesti Guilhermina de Paula, 25 anos, atendimento na Pingado, conta que seu desejo é que as pessoas trans possam ser vistas e/ou reconhecidas por suas potências. “A realidade dos trans e travestis no Brasil é árdua e pela falta de oportunidade eu nunca tinha conseguido ingressar no audiovisual, o que sempre foi meu sonho, até me candidatar em uma vaga no Transempregos e ser contratada pela Pingado. Hoje, estou realizada profissionalmente, aprendendo todos os dias um pouco mais e sempre aberta para novos aprendizados, fazendo o possível para abrir as portas para outras pessoas trans e travestis ingressarem nesse mercado”, conta.

Ainda segundo ela, o sentimento de pertencimento possibilita ser você mesmo, com mais envolvimento e criatividade no trabalho. “O tema já é sensível e o fator oportunidades no trabalho ainda é mais complexo na área de comunicação, pois a realidade é que agências, produtoras, estúdios, geralmente, não possuem um plano de carreira, o que ainda é muito mais frustrante”, afirma Guilhermina. E acrescenta: “A diversidade e inclusão não devem ser assunto somente do Recursos Humanos, como uma única iniciativa e propriedade exclusiva da área, pois para que a verdadeira mudança aconteça, todo líder precisa incentivar e buscar por profissionais que possam agregar de diferentes formas nas empresas”, completa.

Segundo Will Bone, negro, fundador e sócio da Pingado Áudio, a diversidade e inclusão traz resultados inovadores e muito mais engajamento dos profissionais. “É recompensador, pois quando há polarização nas formas de pensar, experiências, backgrounds e vivências, gera-se uma maior quantidade de ideias e soluções para os projetos criativos, além da criação de valor”, afirma. Pesquisas já comprovaram que a diversidade física nos ambientes corporativos resulta, principalmente, no aumento da motivação.  “É preciso avaliar questões sobre a existência (e maturidade) de uma cultura de diversidade e inclusão, desde o processo seletivo até as ações de desenvolvimento e oportunidades de crescimento profissional, além de como a organização contribui para resolver os desafios relacionados com o tema para além dos limites da empresa”, finaliza Will.

Guilhermina de Paula, mais conhecida como Gui, paulistana, filha caçula de seis e mãe de 4 pets – todos com nome de ser humano. Uma curiosidade da Gui é ter fotomemória, pois consegue ler muito rápido as coisas, fazendo analogias de situações do momento, com referências de memes e filmes de comédia.

 

Foto: Reprodução

 

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