Enchente no Rio Grande do Sul vai impactar produção de arroz e feijão. Lula fala em importar
Além das perdas de vida e do prejuízo incalculável, as enchentes que atingem praticamente todo o Estado do Rio Grande do Sul podem impactar também a ida ao supermercado. O Estado é o maior produtor de arroz do Brasil, e responde por 70% do consumo nacional.
A safra deste ano deveria ser de 7,48 milhões de toneladas de arroz, o que não deve ser mais possível após a tragédia. No caso do feijão, o Rio Grande do Sul é o nono Estado em produção, que deveria ser de 85.391 toneladas.
O resultado é o aumento do preço, que já pode até ser visto em algumas redes de supermercados. Mas a falta dos produtos também é uma possiblidade real.
A rede de supermercados Coop, com várias unidades no ABC, tem cerca de 50 dias de estoque de arroz. Segundo a área comercial da rede, a maior parte dos fornecedores está com as vendas de arroz suspensas pela dificuldade de entrega do produto. E reforça que haverá sim aumento no preço quando as vendas forem liberadas.
A Coop também afirma que vai manter o preço do produto enquanto houver estoque. Mas, quando as remessas com novo preço chegarem, terá de repassar o aumento.
Por conta da situação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil poderá precisar importar arroz e feijão para regular os estoques e manter o abastecimento e o preço.
“Fiz uma reunião com o ministro [do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar] Paulo Teixeira e com o ministro [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] Carlos Fávaro sobre a questão do preço do arroz e do feijão, porque estavam caros. Eu disse que não era possível a gente continuar com o preço caro. Alegaram que a área plantada estava diminuindo e que havia um problema do atraso da colheita no Rio Grande do Sul.”
“Agora, com a chuva, acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, vamos ter que importar arroz, vamos ter que importar feijão. Para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, completou, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Presidente, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação.
Com Agência Brasil
Foto: EBC