Doria afirma que Estado começa a vacinar com a Coronavac em janeiro
O governador João Doria anunciou nesta quinta-feira, 03 de dezembro, que o Estado de São Paulo dará início à vacinação contra a covid-19 em janeiro. “É uma absurdo o que o governo federal planeja fazer, iniciar apenas em março. Até lá, mais 60 mil pessoas vão morrer. Atrasar uma campanha tendo a vacina, é inacreditável”, disse em coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Na próxima segunda, o governador vai apresentar um plano estadual de vacinação que, segundo ele, está pronto há dez dias.
Mais cedo, o secretário estadual da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou em entrevista para a Globo News, que a vacinação da Coronavac deve se iniciar assim que houver a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A expectativa é que isso ocorra quanto antes.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas também aguarda uma aprovação rápida pela Anvisa. Os técnicos da agência estão na China finalizando a avaliação da linha de produção da vacina pela Sinovac e já estão com os resultados dos testes da terceira fase. Para ele não há necessidade de uma aprovação emergencial, já que o processo de registro da vacina que será produzida no Butantan está em fase adiantada.
Hoje, insumos para a produção de 1 milhão de doses chegaram em São Paulo. Em novembro, 120 mil doses já haviam chegado prontas para o uso. Ainda este ano, o governo dever receber a totalidade das 46 milhões de doses já compradas, o que daria para vacinar metade da população do Estado, já que a previsão é de duas doses para garantir a imunização.
Apesar de o Ministério da Saúde não colocar a Coronavac com as que podem ser compradas, Covas ainda acredita que o produto poderá ser incluído no SUS.
O diretor do Butantan ressalta que o Instituto deve ter o maior número possível de vacinas já prontas para serem aplicadas assim que houver a liberação pela Anvisa. Segundo ele, o Instituto não deve pedir a aprovação emergencial, já que acredita na rapidez do registro final.
Obrigatoriedade
No próximo dia 11 de dezembro, o Supremo Tribunal Federal inicia julgamento para determinar ou não a obrigatoriedade da vacina para todos os brasileiros. O governador de São Paulo, João Doria, é a favor. Já, o presidente da República, Jair Bolsonaro, é contra. Parecer emitido pela Procuradoria Geral da República mostra que a obrigatoriedade não é inconstitucional e que os governadores podem exigir. “A medida não fere a individualidade, já que é uma questão onde o coletivo supera o individual”, apontou o procurador-geral da República, Augusto Aras.
No Brasil, o plano de vacinação prévio que foi divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, mostra que o início da campanha aconteça apenas em março. Apenas 1/3 dos brasileiros teriam condições de receber o imunizante em 2021 com base nas características estipuladas pelo governo federal (armazenamento entre 2º C e 8ºC e ter custo baixo).
Foto: Divulgação Governo do Estado de São Paulo