Bem Estar

Consórcio liderado por construtora de rodovias leva segundo lote de escolas. Polícia de Tarcísio usa gás lacrimogêneo e cassetetes para afastar estudantes

Se o primeiro leilão das escolas do governo estadual de São Paulo o consórcio vencedor contou com uma empresa ligada à privatização de cemitérios na capital, hoje quem levou tem experiência na construção de rodovias. Liderado pela Agrimat Engenharia e Empreendimentos Ltda, o Consórcio SP + Escolas deu  lance de R$ 11,5 milhões. Outro participante do consórcio é ex-sócio da Escola Mais, rede de colégios privados de São Paulo.

Enquanto o leilão ocorria na sede da B3, alunos da rede estadual se manifestaram contra a privatização. Para conter o avanço dos estudantes, o governador Tarcísio de Freitas, colocou a Força Tática em ação. Com gás lacrimogêneo e golpes de cassetetes,  cerca de 200 estudantes e professores foram afastados do local.

Segundo o governador, o leilão foi um sucesso. “Anteriormente, as diretorias de ensino realizavam suas licitações e o diretor tinha que assumir essa responsabilidade. Com essa mudança, teremos um gestor privado que cuidará da parte operacional, enquanto o gestor pedagógico ficará focado na qualidade do ensino. E essa estrutura vai somar aos outros avanços pedagógicos que estão em andamento e que dão ferramentas para ajudar os nossos jovens a vencer”, disse.

A empresa venceu a disputa contra outros dois proponentes, apresentando um deságio de 22,51% sobre o valor máximo de contraprestação pública proposto pelo governo, sendo o valor final de R$ 11.546.994,12 por mês, o que representa um desconto ao longo do contrato de 25 anos de R$ 945.905.797,31. O valor teto da contraprestação era de R$ 14,9 milhões mensais.

No Lote Leste, os 16 municípios beneficiados serão: Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.

A parceria com a iniciativa privada visa modernizar as escolas da rede pública do Estado. O ensino continuará gratuito e as atividades pedagógicas seguem sob responsabilidade da Secretaria da Educação do Estado (Seduc).

“Firmamos um contrato com a iniciativa privada para garantir a qualidade dos serviços prestados aos nossos alunos, assegurando que a estrutura das escolas públicas seja equivalente à das particulares. Assim, cuidamos da parte pedagógica enquanto as PPPs tratam da manutenção“, afirma o Secretário da Educação, Renato Feder.

A concessionária ficará responsável pela melhoria e modernização da infraestrutura das escolas da rede estadual. Oferecerá apenas serviços não-pedagógicos, como alimentação; vigilância e portaria; limpeza; jardinagem e controle de pragas; manutenção e prevenção; apoio escolar; tecnologia da informação; serviços de gestão de utilidades; e serviços administrativos.

As novas escolas funcionarão no turno de nove horas e terão três modelos, de 21 salas de aula, 28 salas de aula e 35 salas de aula. Além disso, a estrutura contará com ambientes integrados e interligados, uso interativo de tecnologia, auditório de múltiplo uso, ampliação de espaços esportivos e culturais, espaços de vivência, espaços para estudo individualizado e espaços de inovação.

 

Foto: – Paulo Pinto/Agência Brasil

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