Dormir mal engorda, alerta endocrinologista
Apesar de muitas pessoas ainda não terem essa consciência, dormir de maneira adequada e respeitando o tempo necessário para a conclusão de cada fase do sono traz benefícios à saúde. E um dos vários efeitos indesejados em nosso corpo está o ganho de peso. Sim, “dormir mal engorda”, faz o endocrinologista Filippo Pedrinola. Esse fenômeno acontece por fatores neurológicos, metabólicos e hormonais.
O ato de dormir é composto por quatro ciclos, sendo três deles conhecidos pelo nome “Fase Não-REM”, e o último ciclo é chamado de “Fase REM”, sigla que traduzida do inglês significa “Movimento Rápido dos Olhos”.
“Cada um desses ciclos demora aproximadamente 90 minutos para ser concluído e a fase REM é essencial para o nosso corpo e mente, porque é ela que libera os hormônios necessários para o bom funcionamento do cérebro e a dose necessária de grelina, leptina e cortisol para o nosso organismo”, explica o endocrinologista.
O médico também fala como o desequilíbrio desses hormônios atuam em nosso corpo. “Com a privação do sono esses hormônios ficam desregulados, gerando uma hiperprodução de grelina, produzida no estômago e responsável por nos fazer sentir fome. Uma hipoprodução de leptina, desenvolvida nas células de gordura, responsável pelo aumento da fome e maior produção nos níveis de cortisol, hormônio responsável pelo estresse. Inclusive, o estresse é outro fator que influencia muito no ganho de peso e tem relação direta com o acúmulo de gordura na região abdominal”, destaca o médico.
Uma única noite de sono mal dormida pode ser capaz de mexer com todo o sistema endócrino, por mais que esse comportamento possa parecer inofensivo. O tempo que cada pessoa deve dormir é relativo, depende das características físicas e estilo de vida de cada um, visto que algumas precisam de mais horas e outras de menos horas dormindo.
“Em média, grande parte da população precisa dormir de 7 a 8 horas por noite, mas há aqueles que só ficam completamente “descansados” quando dormem por mais de 9 horas e aqueles que precisam de menos de 7 horas de sono para se recuperarem”, explica Pedrinol.
O médico deixa uma recomendação: “O ideal é sempre se manter alerta ao seu relógio biológico e criar uma rotina diária, como um horário certo para ir dormir, evitar usar o celular pelo menos 30 minutos antes de se deitar e evitar o consumo de certos alimentos que podem estimular o cérebro ao invés de relaxar. Se, mesmo assim, ainda sentir dificuldades para dormir, o ideal é procurar a ajuda de um médico”, finaliza.
Sobre Filippo Pedrinola
O Dr. Filippo Pedrinola, criador do protocolo Medicina de Estilo de Vida, é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com residência médica em clínica e endocrinologia no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Após período de um ano do Fellowship Program do Cedars Sinai Medical Center da University of California em Los Angeles (UCLA), concluiu doutorado em endocrinologia pela Faculdade de Medicida da USP.
É membro da The Endocrine Society dos Estados Unidos, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade (ABESO).
Possui certificação em medicina mente-corpo pelo Body-Mind Institute da Harvard Medical School, pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) e pela University of Texas em Arlington (UTA).
Além de estar à frente de suas clínicas médicas próprias, faz parte do corpo clínico do Hospital Albert Einsten e do Hospital BP Mirante, neste último é Coordenador do Núcleo de Bem-Estar e Terapias Integrativas.
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