Bem Estar

Grupo do Facebook troca experiência do pós-covid

Outro dia ouvi de um médico intensivista que a ¨covid não deixa curados, mas sequelados¨. E a minha percepção do problema aumentou quando passei a fazer parte do grupo de Facebook chamado PÓS-COVID, QUEM TEM SEQUELAS?. A cada dia novos problemas são relatados pelos quase 5 mil participantes. Queda de cabelo, dor no corpo, manchas na pele, falta de ar, desânimo, dificuldade para andar, distúrbios na menstruação, disfunção erétil e muitos outros que parecem inconcebíveis para um vírus que ataca principalmente o sistema respiratório.

No grupo, os pacientes que tiveram a doença descobrem que não são os únicos com as sequelas. Também que os problemas não diferenciam quem teve a forma grave ou a leve ou mesmo entre quem recebeu tratamento na rede pública ou privada. Todos têm um problema pós-covid para relatar. A grande dúvida é saber por quanto tempo ficarão com os sintomas. Os médicos, porém, ainda não têm a resposta.

Por ser uma doença nova que só agora começa a ser entendida e decifrada, os médicos ainda não sabem listar todas as consequências e nem se os problemas sumirão com o tempo ou se serão para sempre.  A única coisa que garantem é que os pacientes precisam ser acompanhados por algum tempo para que se entenda a reação do organismo e se descubra o melhor tratamento.

 

 

Criadora

Para criar um grupo como esse, a impressão é que a pessoa teve a doença e tem muitas sequelas. Mas, essa percepção é errada. A arquiteta brasileira Camila Benazzi vive há dois anos no Chile, cerca de 3270 quilômetros do Brasil. As visitas aos familiares brasileiros eram frequentes, há cada três ou quatro meses. Porém, em 2020 a pandemia mudou isso. Com as fronteiras do país andino fechadas, não foi possível visitar nem mesmo os pais.

No final de março, seus pais, irmãos e sobrinho contraíram o novo coronavírus. A doença afetou cada um de forma diferente. Sua mãe foi a primeira a ser hospitalizada, chegando a passar uns dias na UTI. Antes mesmo de sair do hospital, o pai de Camila foi hospitalizado, indo à óbito dias depois.

Seu irmão que não faz parte do grupo de risco e nem tem doença que possa agravar a covid, também foi para UTI e entubado. Conseguiu superar a doença. O sobrinho passou alguns dias no hospital com sintomas mais graves, mas conseguiu se recuperar sem precisar de atendimento intensivo. Já a irmã teve o caso mais leve da família e ficou reclusa em casa.

 

Camila acompanhou de longe todos os acontecimentos, inclusive a morte do pai, sem poder fazer nada e nem voltar ao Brasil. O reencontro com a família aconteceu apenas agora, em dezembro, com a abertura das fronteiras;

Passadas algumas semanas após a superação da covid, seus familiares começaram a apresentar outros problemas, como falta de ar frequente, cansaço sem esforço físico, queda de cabelo e outros. Ao montar o grupo, descobriu que as sequelas ficam em praticamente todas as pessoas que tiveram a covid.

Com o grupo, PÓS-COVID, QUEM TEM SEQUELAS? disse Camila, há um intercâmbio de informações entre pacientes que enfrentam os problemas. Alguns mostram como se trataram e dão dicas de médicos que hoje já trabalham com o pós-covid. O grupo é fechado, apenas quem faz parte consegue interagir. Outra intenção do grupo é que os médicos e cientistas consigam tratamentos efetivos para os sequelados.

O link abaixo leva você ao grupo. Quem se interessar pode pedir para participar e aguardar a liberação pelos administradores.

https://www.facebook.com/groups/3029436083776405/?ref=share

 

 

 

Foto – Arquivo Pessoal da Camila com seus familiares que tiveram a doença.

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