Janja quer alternativa para tiros de canhão e posse terá fogos sem estampidos
A futura primeira-dama e coordenadora da cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Rosângela da Silva, a Janja, disse hoje que busca uma alternativa para os 21 tiros de canhão que fazem parte do protocolo da posse dos presidentes da Republica no Brasil e para isso irá conversar com o Senado, responsável pela ação.
Em coletiva realizada nesta quarta-feira, 07 de dezembro, Janja disse que mães e pais de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) a procuraram para mostrar as consequências do barulho dos fogos de artifício e dos tiros de canhões causam nas autistas. Ela entendeu a situação e disse que os fogos usados serão silenciosos. Além de pessoas com TEA, idosos e animais podem ser afetados com o barulho dos fogos.
Campanha
A OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal lançou uma campanha de conscientização à soltura de rojões e fogos com estampidos, “Diga não aos rojões e fogos de artifício com barulho”.
É cada vez mais comum que as comemorações, especialmente ligadas aos jogos de futebol e festividades de fim de ano, sejam acompanhadas pelos estrondos de fogos e rojões. O que é uma diversão para pequenos grupos, é também um sofrimento coletivo para inúmeras pessoas e animais domésticos e silvestres.
Pessoas com TEA sofrem com essa forma de comemoração por terem uma hipersensibilidade aos ruídos, o que faz com que esses barulhos gerem uma sobrecarga aos sentidos, ao mesmo tempo ocasionando crises de ansiedade, pânico, e instabilidade emocional e comportamental.
O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB/DF, Edilson Barbosa, explica como os estampidos prejudicam o autista. “Os fogos e rojões fazem com que o autista não tenha qualidade de vida, ficando nervoso e até praticando a automutilação. Por isso, quem pensava em soltar fogos e rojões nessas festividades reflita, não queira ser a pessoa que vai causar esse sofrimento aos outros. Que tenham compaixão, que se coloquem no lugar do autista que tem hipersensibilidade aos sons. É possível celebrar de diversas maneiras sem prejudicar o próximo.”
Foto: EBC