Mauá lança selo Empresa Amiga da Mulher e a Campanha Sinal Vermelho
O combate à violência contra a mulher e o assédio sexual e moral, que são objeto de campanhas por parte da Prefeitura de Mauá, por intermédio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, ganharam o reforço de empresas da cidade. Além do setor público, as empresas de diversos segmentos também aderiram o selo Empresa Amiga da Mulher e a campanha Sinal Vermelho aderiram ao projeto, lançado nesta terça-feira, 28 de agosto, no Teatro Municipal.
Para a secretária de Políticas Públicas para Mulheres, a vice-prefeita Celma Dias, “a violência de gênero, a desigualdade e outras adversidades enfrentadas pelas mulheres exigem respostas abrangentes, bem coordenadas e articuladas de toda a sociedade.”
Durante o evento estiveram presentes representantes do Comitê de Fomento das Indústrias do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), com seu presidente Francisco Sergio Ruiz; a gerente de Relações Institucionais da Braskem, Sylvia Tabarin; a gerente-executiva da Associação de Empresas do Polo Industrial do Sertãozinho (Aepis), Nilza Helena Mariucci; a vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mauá (CDL), Débora Pezzotti; a delegada da Mulher de Mauá, Helena Vieira Lima; entre outras autoridades.
Os participantes destacaram a evolução das mulheres e que a violência é inadmissível, sendo importante garantir as oportunidades de entrada no mercado de trabalho para as pessoas que serão beneficiadas com os programas lançados. Para Ruiz, este é um momento de reflexão. Tendo trabalhado 53 anos em indústria petroquímica, Ruiz acompanhou a evolução da sociedade e a inserção das mulheres em setores da empresa em que, antigamente, não atuavam. “Antes só tínhamos homens nos turnos. Hoje vemos o protagonismo das mulheres, as habilidades são diferentes”, disse. Ele lembra que em 1993,quando a empresa contratou mulheres para turnos não deu certo, hoje em dia elas estão nestes quadros. Sylvia Tabarin afirmou “não é apenas um selo. Tem um significado muito grande, porque a violência contra a mulher é uma violência contra toda a humanidade. Tenho orgulho de trabalhar numa empresa que tem estes valores.” Débora Pezzotti afirmou que “ainda existe uma violência maquiada” em vários setores profissionais. Para ela, “capacidade não se mede pelo gênero.”
Nilza Helena Mariucci lembra que “antigamente, o máximo que uma mulher poderia almejar como profissional numa empresa era o posto de secretária bilingue, mas hoje estamos em pé de igualdade.” A delegada Helena Vieira Lima defende que “houve uma mudança e as mulheres têm a sua vez, infelizmente, alguns homens não aceitam.”
Segundo a psicóloga e coordenadora de políticas públicas para mulheres, Vilma Maria dos Santos, os resultados registrados na Secretaria demonstram que 80% das mulheres atendidas pela Rede Viva Maria conseguem sair do ciclo de violência. Pretende-se aumentar este alcance e “algumas empresas já estão desencadeando ações neste sentido. Vamos divulgar estas ações para que inspirem outras iniciativas em outras organizações”, afirma. Vilma explicou que os selos serão segmentados em bronze, prata e ouro, de acordo com as atividades das empresas ao atender os critérios do programa, seja de geração de vagas de trabalho para as vítimas, capacitação de funcionários ou outras medidas. A psicóloga também explicou que o programa Sinal Vermelho tem como foco preparar comerciantes e profissionais do serviço público a identificar mulheres em situação de violência promovendo ações de proteção, como ligar para a Patrulha Maria da Penha pelo 153 ou 190, por exemplo, e garantindo sigilo em cada situação apresentada na rotina de trabalho. A equipe da Secretaria entra, num primeiro momento, encaminhando as vítimas aos serviços públicos que forem pertinentes ao caso.
As secretarias de Desenvolvimento Econômico, a de Trabalho, Renda e Empreendedorismo, Assistência Social, entre outras, atuam em parceria nos programas. As empresas interessadas em aderir aos programas podem procurar a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres pelo telefone 4512-7796 ou 4512-7615.
Foto: Evandro Oliveira/PMM