ABC

Por votos, bolsonarista quer trocar armas por livros

Contradições e política andam de mãos dadas. Sim, faz parte ‘adaptar’ o discurso conforme o eleitorado pede. Mas, bolsonarista trocar arma por livro, digamos, é novidade.

Um dos principais mandamentos dos fãs de Jair Bolsonaro é ter e portar arma. Afinal, seria a melhor maneira de se defender e garantir a segurança. Mas, parece que a coisa está mudando. Ontem, segunda-feira, 16 de setembro, ao dar uma zapeada pelas rádios, parei em uma inserção de campanha política do candidato a prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB). Na peça publicitária era pedido para que  armas, mesmo que de brinquedo, fossem retiradas das mãos das crianças e, no lugar, que se colocassem livros. Oi?

Seria mais do que normal, já que criança precisa de leitura, de aprendizado, de atividades que incentivem a criatividade, e não de armas. Mas, na boca de um bolsonarista soa estranho, muito estranho. O ex-presidente mais de uma vez foi filmado fazendo arminha com as mãos com crianças e incentivando o uso por todas as pessoas, independente da idade. 

Mas, a ‘mudança’ radical tem um motivo: os votos. O candidato há pouco mais de uma semana quase foi atingido por um disparo de uma arma de airsoft de uma criança autista. O banzé foi tanto que Taka fez BO (Boletim de Ocorrência) e foi parar até o IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito. O resultado, ninguém sabe, ninguém viu.

E se for levar em conta o vídeo divulgado pela equipe do candidato do MDB, a impressão era que ele se esquivou de um mosquito. Até uma abelha colocaria muito mais gente para correr, o que não foi o caso. No vídeo, dá para perceber que há algo a ser desviado apenas pelo movimento feito por ele. e um estampido baixo. Entretanto, é visível que nada acertou Taka, nem o mosquito, já que ele continuou a falar normalmente.

Episódios do tipo, para os políticos ligados ao Bolsonaro, ganham sempre dimensões de catástrofe nuclear. Neste caso foi um tiro no pé. E como os marketeiros sempre tentam fazer do limão uma limonada, nada melhor do que usar um ato ‘violento’ como exemplo a não ser seguido, mesmo sendo totalmente contra a cartilha de Deus, Pátria e Família pregada pelos bolsonaristas.

Ouça 

 

Taka

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *