Bem Estar

Professor: categoria em extinção

A pandemia serviu para que muitos pais e mães descobrissem o quão difícil é ensinar crianças e adolescentes. Muitos conteúdos não eram mais lembrados e exigiam uma pesquisa árdua e nem sempre bem sucedida. A volta às aulas presenciais foi mais comemorada do que a vacina contra a covid.

Mas, mesmo conhecendo um pouquinho da realidade dos professores, a categoria está longe de ser valorizada como merece. O resultado do descaso da sociedade e governos é um apagão dos profissionais. Sim, cada vez mais menos pessoas optam por ser professores e, nos próximos anos a situação deve ficar ainda pior.

Os motivos: a falta de um plano de carreira tanto nas redes privadas como nas públicas, violência dos alunos, salário baixo e péssimas condições de trabalho para ficar apenas com os principais.

Segundo o reitor da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Leandro Prearo, hoje apenas 5% dos alunos que entram na instituição de ensino optam por fazer licenciatura. E a situação fica ainda pior. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2022, 58% dos alunos de licenciatura abandonam o curso antes de se formar.

Se essa tendência se mantiver, em 15 anos não haverá mais professores no Brasil para a educação básica. Para mantenedores de escolas particulares, a falta já é real e não vai precisar esperar tantos anos. 

Além da falta de professores, a formação deixa muito a desejar, formando profissionais abaixo da expectativa do mercado. O EAD (Ensino à Distância) é um dos fatores que colabora para que a qualidade dos professores deixe a desejar. De acordo com o Censo Escolar, 81% dos estudantes de licenciatura eram  à distância no total. No ensino privado, o número chega a 94%. Este tipo de formação democratiza o ensino e a formação, principalmente em regiões onde é difícil acesso a um campus presencial. Mas, por outro lado, a fiscalização da qualidade é complicada.

Na rede privada, o professor é obrigado a acumular trabalho além da sala de aula, como produção de provas, correção e, lógico, se aperfeiçoar. Na pública, além do baixo salário, há o assédio moral de alunos, casos de violência contra o professor por pais e alunos. Os profissionais ainda esperam a boa vontade dos governos municipais e estaduais para a melhoria das condições de trabalho e são obrigados a acatar as mudanças impostas após cada eleição.

Se estas “previsões” se concretizarem, o futuro do Brasil corre sério risco. Sem professores, o país para. 

 

Foto: Agência Brasil

 

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