Vacina passa no teste de segurança e pode ser aplicada ainda este ano
Uma das vacinas contra o coronavírus que estão em fase de desenvolvimento pelo mundo, a da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, publicou hoje na revista The Lancet, os resultados do teste que envolveu cerca de 1.100 pessoas entre 18 e 55 anos no Reino Unido. No artigo, foi dito que as pessoas que receberam as doses produziram anticorpos e glóbulos brancos para combater o vírus. Assim como respostas imunes com células T.
O artigo mostra ainda que foram poucos os efeitos colaterais e nenhum considerado grave. A vacina já se encontra na terceira e última fase da pesquisa, com testagem em uma quantidade bem maior de pessoas. Os testes já estão feitos inclusive no Brasil, por meio da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo a farmacêutica responsável pela vacina, a AstraZeneca, em coletiva hoje após a divulgação dos resultados, foi comprovada a eficácia do produto, mas falta agora medir a força da resposta imunológica, isto é, por quanto tempo haverá a imunização. Os resultados vão definir quantas doses serão necessárias para a imunização e por quanto tempo o organismo irá responder positivamente ao combate à covid-19.
Produção
Apesar de estar ainda na fase 3, última antes da aprovação no órgãos de regulação de remédios no mundo, a AstraZeneca já iniciou a produção das vacinas em larga escala, mesmo com risco de prejuízo. A intenção da medida, inédita na história da medicina, visa distribuir o produto assim que for aprovado para ajudar no grave problema sanitário causado pela pandemia do cornavírus.
Apesar de não dar data para a conclusão dos estudos finais que possibilitem a aprovação da vacina o quanto antes, há a possibilidade de ocorrer ainda em setembro e a aplicação começar até o fim do ano.
O governo brasileiro fechou parceria com a farmacêutica para a produção nos laboratórios Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que já está sendo adaptado para iniciar a fabricação. No acordo, o país deve receber dois lotes ainda este ano.
Butantan
Chegou hoje em São Paulo o lote de vacinas Coronavac, vindo da China, para a testagem no Brasil. Esta também é uma das mais adiantadas e está na terceira fase também, em testagem em um número grande de pessoas.
No Brasil, o laboratório chinês Sinovac Biotech fechou parceria com o Instituto Butantan para a testagem e futura produção. Se houver confirmação da eficácia, o governo de São Paulo receberá um lote das vacinas para iniciar a aplicação também a partir no fim deste ano. Os testes começam nesta terça-feira, dia 21 de julho e durar cerca de três meses. Depois disso, precisa ser registrada na Anvisa.
Foto: EBC/Reuters