Vacinação contra covid pode começar em dezembro, em caráter emergencial, diz novo secretário
Com a falta de controle do SARS-CoV-2 (o novo coronavírus) causador da covid-19, a falta de um tratamento específico e com as vacinas previstas apenas para 2021, é possível que haja uma aprovação emergencial para o início da aplicação ainda este ano. Esta é a aposta do novo secretário estadual da Saúde, o médico infectologista do Hospital Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, que assumiu ontem, dia 21 de julho, o cargo.
Em entrevista hoje na Globo News, o secretário disse que a Coronavac, vacina chinesa que está em testes no Brasil e será produzida pelo Instituto Butantan, poderá ser aprovada ainda este ano em caráter de urgência e a aplicação em grupos começar ainda em dezembro.
Ontem, um grupo de voluntários recebeu a vacina para dar início à terceira fase de testes, chamada fase clínica, que vai avaliar a produção de anticorpos. “O ideal de uma vacina é um estudo de pelo menos 12 meses”, disse Gorinchteyn.
Mas, ressaltou, quando há uma pandemia, há uma necessidade emergencial de uma vacina. “No Brasil há epidemias diferentes. Não controlamos os casos. Dessa maneira, ter uma vacina é fundamental.”
Para o secretário, se houver uma manutenção alta dos níveis de anticorpos dos voluntários se mantiverem estabilidades, é provável que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) libere o produto de forma emergencial. “É possível que o primeiro grupo comece a receber a vacina ainda em dezembro e com mais certeza em janeiro. Mas a previsão depende agora exclusivamente dos testes que começaram ontem”, destacou.
A criação de anticorpos e a estabilidade, segundo o secretário, já foram confirmadas em testes realizados com voluntários na China.
Além da Coronavac, que será produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório Sinovac Life Science, parte do grupo Sinovac Biotech, está sendo testada no Brasil uma outra vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. O produto britânico será produzido, se comprovada sua eficácia, pelo laboratório Bio-Manguinhos em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. As duas estão na fase de 3 de testes no país.
Ontem, a Anvisa autorizou mais duas farmacêuticas a iniciarem os testes com voluntários brasileiros.
Foto: Divulgação Governo do Estado de SP